A Pintura de Natal
Em uma noite, Mori e seu irmão Levi estavam preparando biscoitos. Não biscoitos normais, mas biscoitos com recheio de menta que eram os favoritos de Mori. Ela os adorava, não só pelo formato de árvore natalina ou pela textura meio aveludada ou até mesmo pelo biscoito amanteigado, mas sim pela mistura dos sabores.
Levi não gostava desses biscoitos por causa da textura, mas já que eram os favoritos de sua irmã, ele os fazia. Levi, bem cansado de fazer os biscoitos, se virou para Mori que estava montando o 14º biscoito…
- Mori, você não se cansou de montá-los? — Levi dizia apontando para todos os catorze biscoitos de Mori.
-Não! nunca me canso de montá-los! — Mori dizia olhando com um calmo sorriso a seu irmão.
Levi, cansado, olha ao redor, prestando atenção a cada detalhe daquele chalé. Ele via cada coisa, cada cor, cada canto como inspiração para seu quadro.
Ele gostava de ver o mogno bem escuro que estava em todas as paredes do tranquilo chalé. Via a grande lareira na sala ao lado do sofá em tom de cinza fumaça. Também via a longa mesa com os biscoitos e o que mais o encantava era o cantinho em que ele montara seu cavalete, onde à meia noite terminaria o quadro que havia iniciado na manhã passada.
-Ding, dong! Mori foi a única que ouvira o som da campainha. Então, saiu rapidamente da mesa correndo pelo chalé.
-Chegou, Levi! Ele chegou! — Mori gritava alegremente.
- Mas tão rápido? —-Disse Levi, confuso.
- Sim! Achei que chegaria amanhã, mas veio hoje! — Mori falava enquanto abria a grande porta de madeira. No tapete em frente a porta, ela viu um longo pano verde que cobria algo muito grande.
- Levi a ajudou carregar o longo pano verde, até que eles chegaram ao cavalete. Levi colocara aquele longo pano e o puxaram. E lá, se via um grande quadro de pintura a óleo. Era um desenho de Mori, em seu longo vestido de Natal na cor azul algodão.
- É lindo! —Dizia Mori com os olhos cor de mel marejados.
- Obrigado, Mori. Não chore, não acabei ainda. —-Disse Levi com o mais sereno rosto que Mori já vira.
Já era meia noite, quando se deram conta de que a primeira fornada dos biscoitos havia acabado.
- O quadro! —-Gritou Levi.
-Tenho que acabá-lo! —-Continuou Levi animado. Na outra manhã, Mori acordada, corria escada abaixo, até que viu seu irmão dormindo no sofá acinzentado. Sniff! Sniff! Chorava Mori, alegre e sorridente.
-É lindo! Maravilhoso! Obrigada, Levi. —-Sussurrava sorrindo no meio de lágrimas brilhantes.
-De nada, Mori. Não chore. —Resmungava Levi meio dormindo, meio acordado.
-Vá, pegue. É seu! —-Continuava resmungando ainda sonolento.
-Obrigada! —-Disse Mori chorando.
-Feliz Natal, irmão!
-Mori gritou em meio a lágrimas.
-Feliz Natal, irmã! —-Disse Levi sorrindo.
Érika Ribeiro Severo- estudante do 5º ano. turma 501.
