Olá, Estudantes!
Nós, professores de Língua
Portuguesa, estamos passando algumas sugestões de estudos que auxiliarão na retomada dos conteúdos desenvolvidos nos
meses de fevereiro e março e outros que servirão para aprimorar o conhecimento
da nossa língua. Abaixo, as sugestões
seguem por professor, mas você pode seguir os estudos dos outros professores da
disciplina. Bons estudos e até o retorno.
Professor
Vladimir
Frase,
oração e período são fatores constituintes de qualquer texto escrito em prosa,
pois o mesmo compõe-se de uma sequência lógica de ideias, todas organizadas e
dispostas em parágrafos minuciosamente construídos.
Frase – É todo enunciado linguístico dotado de significado, ou seja, é uma comunicação clara, precisa e de fácil entendimento entre os interlocutores, seja na língua falada ou escrita.
Neste
caso, temos a frase nominal e verbal. A frase nominal não é constituída por
verbo.
Ex:
Que dia lindo!
Já
na frase verbal há a presença do verbo.
Ex:
Preciso de sua ajuda.
Oração – É
todo enunciado linguístico dotado de sentido, porém há, necessariamente, a
presença do verbo ou de uma locução verbal. Este verbo, por sua vez,
pode estar explícito ou subentendido.
Ex:
Os garotos adoram ir ao cinema e depois ao clube.
Período – É um enunciado linguístico que se constitui de uma ou mais orações. Este se classifica em:
Período simples - formado por apenas uma oração, também denominada de oração absoluta.
Ex: Os professores entregaram as provas.
-Composto - formado por duas ou mais orações.
Ex: Hoje o dia está lindo, por isso os
garotos irão ao cinema, ao clube e depois voltarão para casa felizes.
Qual a diferença entre linguagem
verbal e não verbal?
A linguagem verbal destaca-se pelo uso de palavras,
enquanto na linguagem não verbal são usados símbolos, gestos, imagens e outros
signos não verbais (sem o uso de palavras).
Para que a comunicação se realize, são necessárias,
pelo menos, duas pessoas: o emissor da mensagem e alguém que a receba
(receptor).
É comum no dia a dia, a utilização dos dois tipos
de linguagem simultaneamente. Em uma conversa, por exemplo, apesar de ter como
foco a comunicação verbal, através das palavras que são ditas, a linguagem não
verbal cumpre um papel importante.
Presente nos gestos, expressões faciais e nas entonações
das palavras, a linguagem não verbal pode reforçar ou alterar o sentido das
palavras.
Linguagem verbal
|
Linguagem não verbal
|
|
Elementos presentes
|
·
Palavras
|
·
Imagens
·
Gestos
·
Sons
·
Expressões corporais e faciais
|
Exemplos
|
·
Conversas
·
Discursos
·
Textos
·
Rádio
|
·
Língua de sinais
·
Placas de aviso e de trânsito
·
Obras de arte
·
Dança
|
O que é linguagem verbal?
A linguagem verbal é caracterizada pela comunicação
através do uso de palavras. Essas palavras podem ser faladas ou escritas. O
conjunto das palavras utilizadas em uma língua é chamado de léxico.
Aprender a falar resume-se no domínio de um
conjunto de palavras e seus significados (léxico). Desde a infância, a pessoa é
ensinada a compreender e usar um número cada vez maior de palavras.
Durante sua formação, as pessoas dominam o uso
desses signos verbais (palavras) e tornam-se capazes de se comunicar a partir
da fala e da escrita.
Entretanto, geralmente, para comunicar algo, faz-se
uma mistura entre comunicação verbal e não verbal.
No dia 28 de agosto de 1967, Martin Luther King Jr.
fez um dos discursos mais famosos da história, que ficou conhecido como
"Eu tenho um sonho".
O que é linguagem não verbal?
A comunicação não verbal é compreendida como toda a
comunicação realizada através de elementos não verbais. Ou seja, que não usem
palavras.
A linguagem não verbal é uma forma de comunicação
eficaz quando, por algum motivo, a mensagem não pode ser enviada de maneira
verbal. As placas de trânsito, por exemplo, fazem parte de código não verbal
aprendido por condutores de veículos.
Em uma estação de metrô, a comunicação não verbal
pode estar presente na faixa que limita a zona de segurança da plataforma ou no
sentido proibido de uma escada rolante
Outro bom exemplo de linguagem não verbal é a
Língua Brasileira de Sinais (Libras). Sua complexidade permite todo o tipo de
comunicação sem a necessidade do uso de palavras (faladas).
Nas artes plásticas, a comunicação não verbal é
realizada em quadros e esculturas. Cabe ao receptor reinterpretá-las de acordo
com suas ideias, emoções e sentimentos.
Curiosidades:
·
Segundo
estudos, uma pessoa comum fala em média 15 mil palavras por dia.
·
Na língua
portuguesa, existem cerca de 400 mil palavras.
·
A Língua
Brasileira de Sinais (Libras) não é uma adaptação através de gestos da Língua
Portuguesa. Ela representa um idioma próprio com suas próprias regras
gramaticais.
·
O código
de trânsito brasileiro possui mais de 110 placas de sinalização.
O que são os substantivos?
Os
substantivos são uma classe de palavras responsáveis por nomear seres, objetos,
ações, sentimentos, lugares, ideias, etc. São flexionados em gênero, número e
grau e classificados por tipos, por exemplo: substantivo comum, coletivo e
próprio.
Sendo
assim, podemos classificar o significado de “substantivo” como uma variável que
existe para dar nome:
às
pessoas (Maria, Carlos, João, Luiza…);
às
qualidades (a beleza da mulher, a teimosia do menino,
a grandeza da vida…);
aos
sentimentos (amizade, raiva, rancor…);
aos
objetos (tênis, mesa, cigarro, caixa…);
aos
lugares (casa, escritório, corredor, aeroporto, Alemanha, São Paulo…);
aos
seres reais e imaginários (homem, fada, Papai Noel, cachorro…);
às
ações (tapa, corrida, piscadela, movimento…).
1. Substantivo comum:
mulher, gato, cachorro, caneta, jornal, cidade.
2. Substantivo próprio: Maria,
Japão, Ceará, Atlético.
3. Substantivo coletivo: flora,
multidão, cardume, floresta, manada.
4. Substantivo abstrato: beleza,
ensino, bravura, pobreza, alegria.
5. Substantivo concreto: lápis,
mulher, cachorro, gato.
6. Substantivo composto: couve-flor,
louva-a-deus, guarda-roupa.
7. Substantivo simples: terra,
sapato, água, amor, cheiro.
8. Substantivo derivado: livraria,
noitada, aguaceiro, pedregulho.
9. Substantivo primitivo: livro,
noite, água, pedra.
FIGURAS DE LINGUAGEM (FIGURAS DE SOM):
Aliteração:
“Violões
que choram” (Cruz e Souza):
“Vozes veladas, veludosas vozes,
Volúpias dos violões, vozes veladas,
Vagam nos velhos vórtices velozes
Dos ventos, vivas, vãs, vulcanizadas.”
Assonância:
“A galinha”
(Chico Buarque e Sergio Bardotti)
Todo ovo / Que eu choco / Me toco / De novo
Todo ovo / É a cara / É a
clara / Do vovô […]
Paronomásia:
“Tocando em Frente” (Almir Sater e Renato Teixeira)
Conhecer as manhas e as manhãs/ O sabor das massas e das maçãs.
Onomatopeia:
“Quando Você Passa” (Sandy & Júnior)
Esse turu,
turu, turu aqui dentro
Que faz turu,
turu, quando você passa...
Comparação:
Te Ver (Skank)
“Te ver e não te querer
(…) / É como mergulhar no rio / E não se molhar / É como não morrer de frio /
No gelo polar”
Sugestão
de leitura com as demais figuras de linguagem: https://comunidade.rockcontent.com/figuras-de-linguagem/
Professor Renato
Ø Leitura
da obra “Emília no País da Gramática”, de Monteiro Lobato (domínio público),
disponível para download (em formato .pdf) no sítio: http://www.miniweb.com.br/cantinho/infantil/38/estorias_miniweb/lobato/emilia_no_pais_da_gramatica.pdf
Ø Leitura
do referencial teórico, escrito no caderno, sobre as classes gramaticais.
Ø Morfologia:
praticar, em páginas lidas do livro, a identificação das classes gramaticais
ora estudadas em sala de aula.
Ø Interpretação
e prática da escrita: redigir um breve resumo da história lida (início, meio e
fim), expressando sua opinião sobre o texto.
Ø Acessar
o sítio adorocinema.com, digitar no campo de buscas o nome de algum
filme que tenha assistido e ler alguma resenha crítica do link “Críticas
do AdoroCinema”.
Ø Interpretação:
analisar o perfil da crítica: se é positiva ou negativa, e os argumentos
utilizados para a defesa da opinião do autor.
Ø Prática
da escrita: destacar as opiniões com as quais concorda e/ou discorda, expondo
teus motivos para tanto.
Ø Morfologia:
praticar, na resenha crítica lida, a identificação das classes gramaticais ora
estudadas em sala de aula, utilizando o caderno como referencial teórico.
Professora
Thaís
Depreciação aos usos não
convencionais de um mesmo idioma
O preconceito
linguístico é o juízo de valor negativo para a forma de falar das
pessoas que dominam o mesmo idioma.
O Brasil apresenta uma grande extensão territorial ocupada por
povos de várias culturas, como os índios brasileiros, imigrantes
vindos de vários países europeus, a exemplo da França,
e afrodescendentes. Há também a grande diversidade social, cultural e
regional que favorecem para as muitas variações linguísticas existentes no país.
Em razão disso, fala-se no território brasileiro dezenas de
línguas indígenas, as línguas nacionais dos imigrantes, uso de gíria por determinado grupo
social, falas características dos regionalismos, os socioletos, ou seja,
linguagem técnica utilizada por profissionais de determinada área,
etc. Por isso que o português não é uma língua única, ou melhor, não há
uma unidade linguística brasileira.
A imposição de um único ideal linguístico em detrimento dos demais
esbarra-se no preconceito linguístico. É importante destacar ainda que
existe na língua portuguesa uma grande diferença entre Português padrão (PP) e o Português não-padrão (PNP).
O Português padrão (PP) é essencialmente voltado para a
normatividade da língua escrita.
Conforme a história da escrita, houve um divisor de águas nas sociedades modernas pelo qual
o homem pôde perpetuar e multiplicar o conhecimento.
Os profissionais ligados à área de Letras, como os gramáticos
tradicionalistas, dicionaristas, acadêmicos de Letras, escritores de livros,
etc., investiram maciçamente na prescrição de regras gramaticais, elaboração de
construções sintáticas sofisticadas e palavras eruditas a fim de enriquecer
suas práticas linguísticas.
E é justamente com base nesse “estilo” padrão linguístico que as
escolas brasileiras oferecem as aulas de português. Dessa forma,
considera-se como "errado" o conjunto das demais variantes da língua
instauradas, sobretudo na oralidade, e inseridas no Português não-padrão (PNP).
Essas variantes do Português não-padrão (PNP) são faladas pelas
pessoas das classes sociais mais empobrecidas da sociedade que, normalmente,
não completaram os anos da Educação Básica ou tiveram acesso a uma precária
educação formal.
Por isso, o
preconceito linguístico ainda está relacionado a outros tipos de preconceitos
existentes na sociedade. A respeito disso, o professor, doutor em Filologia e
linguista Marcos Bagno afirma que:
O
preconceito linguístico deriva da construção de um padrão imposto por uma elite
econômica e intelectual que considera como “erro” e, consequentemente,
reprovável tudo que se diferencie desse modelo. Além disso, está intimamente
ligado a outros preconceitos também muito presentes na sociedade, como preconceito
socioeconômico, preconceito regional, preconceito cultural, preconceito racial
e a homofobia.
Ainda segundo Marcos Bagno, o preconceito linguístico é reforçado
por ideologias construídas
socialmente.
A primeira ideologia é no âmbito pedagógico, focar o ensino
linguístico exclusivamente na gramática normativa sem a
reflexão ou o conhecimento das demais variedades linguísticas brasileiras.
E a segunda refere-se a massificação dos meios de comunicação que
marginalizam os falantes do Português não-padrão (PNP) e os tacham como pessoas
que não sabem falar português direto.
A Sociolinguística tem
sido a principal base de apoio dos estudos militantes no combate ao preconceito
linguístico. E com base nas pesquisas sociolinguísticas, Marcos Bagno
escreveu a obra “Preconceito
Linguístico: o que é, como se faz” em 1999 e examina os principais mitos
dos quais o preconceito linguístico está fundamentado
Mitologia
do preconceito linguístico
Em 2015, as pesquisas realizadas pelas Instituto Brasileiro de
Geografia e Estatística (IBGE)
diagnosticaram que a língua
portuguesa do Brasil era falada por 200 milhões de brasileiros.
Considerando que toda língua tem seu curso natural de “evolução”,
o português herdado do contato linguístico com os colonizadores portugueses no
período do Descobrimento do Brasil sofreu
inúmeras mudanças, como o desuso de muitos vocábulos.
Deixar de lado esses aspectos para impor um único padrão
linguístico é usar da ignorância, da intolerância e da manipulação
ideológica. Então, para elucidar essas questões o linguista Marcos Bagno
mostra os principais mitos linguísticos. E são eles:
•Mito 1: a regularidade
do uso do pronome “tu” seguido da conjugação verbal conforme a gramática
normativa, como tu queres ou tu vais, atribuiu ao estado do Maranhão o local
onde se melhor fala português.
E na realidade esse entendimento está pairado na inferioridade do
português do Brasil em relação ao português de Portugal. Então, esse mito
se sustenta pela relação da semelhança com a língua falada em Portugal, com um
traço de arcadismo na língua falada de determinados maranhenses.
•Mito 2: A reprovação
das pronúncias categorizadas como “erradas” e o ensino de uma fala artificial,
ou melhor, semelhante ao modus
operandi da escrita estabelece um único jeito de falar. E assim
maximiza ainda mais o preconceito linguístico.
Destaca-se que o ensino das regras gramaticais são fundamentais
para a língua escrita. Uma vez que é preciso que todos leiam e compreendam
corretamente. Entretanto, a escrita é uma representação gráfica da fala. E
esta opera-se de forma mais livre.
•Mito 3: o mito do
domínio padrão da língua portuguesa tem levado muitos a acreditar que isso é a
única forma para falar e escrever bem.
Marcos Bagno exemplifica excelentes escritores da Literatura Brasileira, como Carlos Drummond de Andrade, que
escreviam maravilhosamente bem e não tinham tantos conhecimentos gramaticais.
O linguista ainda lembra que as gramáticas são constituídas de
“regras” e “padrões” de escritos considerados como referenciais linguísticos a
ser imitado. Por isso, as teorias gramaticais passaram a ser mecanismos de
poder e controle.
•Mito 4: acreditar que
o domínio da norma culta é garantia para alcançar melhor posição social é um
mito.
A sociedade brasileira sofre com diversas mazelas sociais e
somente o conhecimento das regras gramaticais não muda em nada a realidade
social da pessoas.
É importante entender que existe um conjunto de aspectos sociais
para valorizar a pessoa humana em sociedade, como o acesso à saúde, à
habitação, ao transporte público de boa qualidade.
Preconceito linguístico no Brasil
O preconceito linguístico no Brasil se sustenta por dois fatores.
O primeiro de caráter regional e o segundo de caráter socioeconômico.
A diversidade regional ao longo da História do Brasil ocasionou
áreas mais ricas e industrializadas, e outras em retrocesso econômico. Em
razão disso, existe a estigmatização das variantes faladas pelas pessoas das
regiões mais empobrecidas, como a região Nordeste e a região Norte.
As pessoas pertencentes a elite econômica desprezam e marginalizam
o comportamento linguístico daquelas destituídas dos bens materiais, reforçando
assim as ideologias negativas. Assim sendo, a educação democrática é a “arma” preciosa para combater o preconceito
linguístico.
Para os pesquisadores Jessé Ovídio de Santana e Maria do Bom Parto
Ferreira das Neves é importante que os docentes considerem as variações
linguísticas como aspecto enriquecedores da pluralidade cultural do Brasil.
Além disso, conscientizem os estudantes sobre a adequação linguística, ou seja, os usos da língua conforme as
exigências do contexto.
Por que falamos Português?
Pouca gente sabe, mas durante mais de 200 anos, desde o
descobrimento até meados do Séc. XVIII, o Brasil não falava exatamente
português.
Muito provavelmente esta pergunta nunca tenha ocorrido para nós
brasileiros. Mas quem já viajou um pouco pela Europa ou América do Sul pôde
reparar a diversidade lingüística destes lugares. Na Espanha, existe o espanhol
oficial, de Madri, mas também o catalão da região de Barcelona, o Galego da
Galícia, o idioma da região do país Basco etc. Não são sotaques, são línguas
com vocabulário, grafia e pronúncia diferentes, muitas vezes ininteligíveis
entre si (especialmente para estrangeiros). Nossos vizinhos, como Paraguai,
Peru ou Chile, possuem uma grande parcela de sua população que fala línguas
indígenas.
Neste contexto, retorno à pergunta, por que falamos
português? Um país tão grande, com uma área muito maior do que
a de vários países europeus e sul-americanos juntos. Por aqui, existem pequenas
tribos de índios que falam línguas indígenas. Mas, inegavelmente, a língua
portuguesa domina totalmente os nossos quase nove milhões de quilômetros
quadrados. Por que se, como vimos, países muito menores têm uma diversidade
incrível? Natural seria que tivéssemos também… E tínhamos!
Pouca gente sabe, mas durante mais de 200 anos, desde o
descobrimento até meados do Séc. XVIII, o Brasil não falava exatamente
português. Os jesuítas eram os encarregados de catequizar os índios e faziam
isto usando as línguas indígenas, para depois ensinar a eles o português. Com o
tempo, esse misto da língua portuguesa com as locais deu origem ao que ficou
conhecido historicamente como língua geral, uma mistura de português com
línguas indígenas.
A língua geral era a usada em todo o território brasileiro,
variando de lugar para lugar. Seu vocabulário era influenciado pelas diferentes
variedades indígenas de cada região. O português puro e europeu era pouco
utilizado, restrito a documentos oficiais de estado e a nichos de portugueses
nas cidades. Este era o panorama lingüístico brasileiro. Um exemplo de como era
esta mistura pode ser visto na poesia de Gregório de Matos, do Séc. XVII. O uso
de expressões indígenas, muitas vezes, torna o texto incompreensível sem um bom
glossário.
Esta situação nunca incomodou Portugal. Uma política lingüística
não era prioridade para a coroa. Mas um fato político mudou isto e deu força à
língua portuguesa. Os jesuítas eram os responsáveis por quase toda a educação
no Brasil e em Portugal. E eles conviviam bem com a língua geral e o português,
tanto que esta situação se estendeu por mais de 200 anos. Entretanto, por volta
de 1750, a Espanha se aproximou muito da ordem dos jesuítas.
A coroa portuguesa não via com bons olhos esta união e temia
perder territórios, principalmente os da região amazônica. Então, um
representante do rei aqui no Brasil, o Marquês de Pombal, tomou medidas contra
os jesuítas. Eles foram expulsos do nosso país (então, colônia). E o uso da língua
geral, dominada pelos jesuítas, mas não pelos portugueses, foi proibido. Em
1757 foi estabelecido, pelo governador da província do Grão-Pará (atual Pará),
irmão de Pombal, o Diretório dos Índios, afirmando que “A língua do Rei deve
ser a língua oficial de todas as instituições”.
A partir desta data, o ensino de português foi institucionalizado
pelo Estado e seu uso era obrigatório em escolas, repartições públicas,
igrejas, enfim, em todo o território. Houve um silenciamento da língua geral,
que desapareceu. Hoje, existem poucos registros dela, pois ela era basicamente
oral. Mas este interessante fato histórico revela uma política lingüística da
coroa portuguesa, instituída por outras questões políticas, mas que deu ao
Brasil uma característica muito peculiar: a unidade lingüística de uma extensa
área territorial. Não se sabe o que teria acontecido sem o Decreto do Marquês
de Pombal, mas talvez, existissem no Brasil várias línguas, oriundas da mistura
entre o português e as línguas indígenas. Este é, simplificadamente, o resumo
de um fato histórico interessante e que explica porque hoje somos quase 190
milhões de falantes de português no Brasil.
Autores: Luciano Valente e Laila Vanetti
Um abraço a todos!
Professores: Renato,
Thaís e Vladimir